Durante as ações
comemorativas à Semana Mundial de Amamentação, de 1
a 8 de
agosto, a professora doutora Isabel Cruz, coordenadora do Núcleo de Estudos e
Pesquisas sobre as Atividades de Enfermagem
e do Núcleo de Estudos sobre Saúde e Etnia Negra,
defende que se deva aproveitar a oportunidade para discutir várias
questões que envolvem a mulher que vai ou é mãe.
- Pré-natal baseado
em evidências científicas
(educação da gestante sobre aleitamento exclusivo, cuidados com a mama, licença
maternidade, armazenamento do leite materno, etc.). E, também, em como as
gestantes são (ou não são) preparadas para amamentar exclusivamente, apontando
estratégias para superação das barreiras sociais à amamentação (e ao parto
ativo e natural que com sua descarga de ocitocina deflagra o empoderamento da
mulher para nutrir sua criança com leite e amor).
- Incentivar
o parto e repudiar a resolução do CREMERJ e apoiar doulas, professoras de cursos de preparação para o parto, parteiras, enfermeiras
obstetrizes e obstetrizes, assim como os escassos médicos obstetras que sabem
que o parto é o normal, o desvio da norma é a cesariana!
- Visibilizar a importância
da amamentação na primeira hora,
em que se deve instituir um alojamento conjunto como estratégia para promoção
da amamentação, entre outras.
- Doação de leite
aos bancos de leite e a alimentação de
prematuros.
- A prevenção da transmissão vertical do
HIV incentivando
as futuras mamães a fazerem o teste HIV e obrigando os laboratórios a serem
rápidos na entrega dos resultados (priorizar exame de gestante!)
- O direito das
mulheres e crianças a berçários e creches nos
municípios, locais de trabalho e escolas! Uma condição para a mãe que trabalha
poder continuar amamentando!
Segundo a professora
doutora Isabel Cruz, não se pode
esquecer de que o quarto objetivo do Milênio é a redução da mortalidade na infância. “Uma das iniciativas para se alcançar
esta meta é a ‘capacitação’ da gestante e da mãe para a amamentação exclusiva”.
Diante destas informações, é fundamental que os conselheiros de saúde, assim
como a/os usuário/as dos serviços de saúde, gestores e trabalhadores façam,
para além do exercício da reflexão, mas do pensar em ações concretas, sobre
qual iniciativa a sua instituição de saúde e/ou ensino (ou da sociedade civil
organizada) poderá promover para aumentar a taxa de aleitamento exclusivo?
“Aproveito a
oportunidade para ressaltar que a luta contra a mortalidade materna de mulheres negras acontece paralela à
semana mundial de amamentação. Neste sentido, destaco aqui o trabalho da
enfermeira Dra. Alaerte Martins que em razão de suas extensas pesquisas
demográficas incluiu na política de saúde do Estado do Paraná a revisão da
estratificação de risco das gestantes (Política Baseada em
Evidência Científica). Assim, os profissionais de saúde
paranaenses agora sabem
que mulheres negras ou indígenas estão na faixa
de risco intermediário e, portanto, devem receber algumas ações prioritárias”,
concluiu a professora doutora Isabel Cruz.
Doula é uma mulher, geralmente com experiência de maternidade, que
está ao lado da mãe durante o seu parto, ajudando-a a sentir-se segura de
modo a que ela consiga mais facilmente dar à luz (“a mulher que serve”).
Obstetrizes são profissionais, que antigamente tinha uma formação técnica
específica, com a extinção do curso, hoje atuam apenas a obstetrizes formadas
até os anos 1970. Suas funções são semelhantes às das Enfermeiras Obstetras.