quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Diversidade racial na escola

O respeito às diferenças - se gordo ou magro, se nordestino ou gaúcho, se negro ou não-negro, se morador de favela ou não, se praticante de religiões de matriz africana ou evangélico ou católico ou outro credo - é fundamental para o convívio harmonioso entre os seres humanos, e que, certamente, implicará na formulação e na avaliação de políticas públicas.

Pensando na perspectiva reflexiva sobre a questão etnorracial, uma matéria sobre um seminário em Brasília, mesmo tão distante de Manguinhos, pode nos levar a questionar se o modelo de educação que nos dão é realmente o que nós queremos, ou se inclui os quase 70% da população não-branca.

Posto o questionamento, vamos a trechos da matéria que você lerá na íntegra ao clicar no final do texto.

A implantação de uma proposta pedagógica para reavaliar práticas de convivência com a diversidade etnicorracial foi sugerida no segundo dia do 7º Seminário do Programa Educação Inclusiva: Direito a Diversidade, promovido, em julho, em Brasília, pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação. A questão racial foi abordada na palestra Educação para as Relações Étnico-Raciais e em posterior debate, que reuniu gestores educacionais e professores.

A educação para as relações etnorraciais foi estabelecida nas diretrizes curriculares em 2003, com a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro — inclui no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática história e cultura afro-brasileira —, e consiste no trabalho, dentro da sala de aula, de combate ao racismo nas escolas, na valorização da diversidade etnorracial e no resgate da cultura e da história afro-brasileira e africana. “É preciso implantar uma proposta pedagógica que repense nossas práticas para conviver, trabalhar e valorizar essa diversidade”, disse Viviane Fernandes Farias, diretora de políticas de educação do campo, indígena e para as relações etnorraciais da Secadi.

Prorrogadas Inscrições para edital de qualificação de jovens negros

Uma boa notícia para os interessados no edital de chamada pública para a criação de Núcleos de Formação de Agentes de Cultura da Juventude Negra (NUFAC’s): prorrogação das inscrições até o dia 29 de agosto. Serão selecionadas dez propostas de entidades que oferecerão, nestes centros, capacitação profissional para 1.200 jovens negros e negras em todo o Brasil.

Cada Núcleo receberá recursos, R$ 4 milhões oriundos do Fundo Nacional de Cultura (FNC), para custear as despesas com 120 jovens, cada um deles terá direito a uma Bolsa Incentivo, de até dez meses, conforme a duração do curso. Tal medida visa diminuir a evasão escolar, visto que o público atendido será de jovens negros e negras, de 15 a 29 anos, das classes C, D, e E, com ensino fundamental e ensino médio, completo ou incompleto. População esta que consta do ranking das estatísticas de morbidade letal, foco do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Juventude Negra, intitulado Plano Juventude Viva.

Os projetos dos NUFACs tem como foco a qualificação profissional gratuita para acesso às diferentes fases da cadeia produtiva da cultura, com vistas a uma formação continuada. Os agentes de cultura deverão ser aptos a atuar como promotores da cultura afrobrasileira no mercado de trabalho e em suas comunidades, conscientes das habilidades específicas necessárias à execução das atividades e com amplo entendimento sobre a forte influência da cultura africana na identidade brasileira.


Inscrições – Poderão inscrever-se na chamada pública, entidades privadas sem fins lucrativos que atuam nas áreas de cultura e a educação, com experiência comprovada; e estejam credenciadas e cadastradas no portal de convênios/SICONV do Governo Federal. Mais informações no endereço eletrônico www.palmares.gov.br/nufac .