sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Sites sobre dengue não alcançam critérios de qualidade

“A internet está diminuindo o ‘desequilíbrio estável’ da relação médico-paciente estabelecida desde Hipócrates – estudioso grego considerado pai da medicina –, em que o médico sabe tudo e o paciente não sabe nada”, disse o coordenador do Laboratório Internet, Saúde e Sociedade (Laiss), do Centro de Saúde Escola Germano Sinval Faria (CSEGSF/ENSP), André Pereira, durante a apresentação dos resultados da avaliação sobre a qualidade das informações disponíveis em 18 sites a respeito da dengue.

Apenas cinco páginas eletrônicas que participaram da avaliação obtiveram mais de 50% de resultados positivos quanto aos critérios estabelecidos, e nenhum dos sites alcançou 70% dos critérios relacionados à abrangência, técnica, interatividade, legibilidade e acurácia.

Selo Fiocruz - Proposta que visa atestar a qualidade de informação em sites de saúde.


- Diretor da ENSP, Hermano Castro: a iniciativa deve ter foco nas instituições do setor público, tendo como objetivo principal o empoderamento do SUS. É preciso ter muito cuidado com critérios, que não podem ser somente básicos e frios. Ele citou um exemplo de uma mina de amianto brasileira que mata milhares de trabalhadores todos os anos e possui um certificado internacional e um selo verde.

- Vice-presidente de Ambiente, Atenção e Promoção da Saúde da Fiocruz, Valcler Rangel: a Fiocruz deve conceder um selo de qualidade de forma compartilhada com outras instituições de ensino e pesquisa, porque esse selo precisa também estar permanentemente sendo validado.

Segundo André Pereira, a transparência é uma necessidade premente, e a iniciativa de colocarmos toda a metodologia e os resultados disponíveis aos interessados segue essa linha. Leia os resultados do estudo no site do Laiss/CSEGSF/ENSP

Diálogos das Juventudes de Periferia – Educação, Politica e Comunicação

É o nome da atividade que pretende envolver jovens de bairros populares de Salvador, como o que acontecerá no bairro de Sussuarana, amanhã, sábado, 21/09, na Escola Municipal de Sussuarana Nova, na capital baiana.

A proposta é uma realização da organização “Mídia Periférica” em parceria com a UNICEF e o Correio Nagô, entre outros organismos. No estilo de uma roda de conversa, jovens mobilizadores da comunidade, gestores e personalidades políticas, como a senadora Lídice da Mata, que dialogará com os jovens sobre a perspectiva das políticas públicas de juventude, uma reivindicação antiga e que põe no centro das discussões o papel transformador dos jovens na sociedade.

As experiências pessoais de atores sociais que tiveram uma construção política em espaços como o proposto nesta atividade é outra forma de apresentar aos jovens a importância de se envolverem com participação e controle social.

Geovan Bantu, articulador regional do Plano Juventude Viva, é um exemplo de êxito de ações deste gênero. Desde cedo, o bacharel em políticas e gestão da cultura, pela UFBA, teve seu interesses despertado por espaços como este que potencializavam o diálogo geracional numa perspectiva de construção e trocas de novos conhecimentos. “Desta forma, comecei a almejar que queria fazer a diferença, não queria virar estatística”, disse Geovan. Para corroborar sua fala, ele citou dados do Mapa da Violência, que mostram que dos 52.260 óbitos no território nacional, em 2010, de 15 a 29 anos, 71,66% são negros, para cada 100 mil habitantes. A taxa de homicídios entre jovens negros é de 68,85%.  Ao focar no Estado da Bahia, os números revelam que dos 5.322 totais de óbitos, com 61,856% entre 15 e 29 anos, 90,674% são negros, correspondendo a 37,968% por 100 mil habitantes.